segunda-feira, 21 de maio de 2012

Lorde Byron e o paradigrama do heroi byroniano:


A relação entre a vida pessoal de Byron e a sua poesia é muito estreita: o autor fala através do personagem, expondo-se completamente. O poeta revela na literatura a própria crise existencial em que está submerso e, sendo Byron um romântico, é um autor que se pauta pelas paixões, muitas delas violentas e irrefreáveis. A vida de Byron é quase tão fantástica e romântica quanto à dos personagens que criou a partir de si mesmo: amores problemáticos, melancolia exagerada, desprezo pela sociedade que o condena, atos que revelam uma grande vontade de liberdade e a morte  na Grécia, enquanto preparava um ataque contra os turcos, que na época dominavam o território grego. Byron vai se tornando o paradigma de toda uma geração do romantismo, formada por jovens em busca das mesmas aventuras e sensações. Esse fato é uma contradição: o lorde inglês foi um rebelde que, com o passar do tempo se tornou um modelo de conduta e de literatura. Surpreendentemente, ele se aborrece com o fato e passa, nas suas obras posteriores, a minimizar e ironizar os personagens que criara — talvez porque estes o deixaram demasiadamente exposto diante de todos, talvez porque já não seja mais o único a defender e praticar esses novos princípios. Um rebelde deixa de sê-lo quando muitos querem seguir o mesmo caminho; para Byron, a “transformação” sofrida passando de  contestador radical a modelo de conduta foi motivo de grande irritação.
 
 Por: Livia e Joana.  

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